IMPRESSÕES

 

Vem mesmo a calhar o título Impressões para apresentar essa iniciativa de Analu Carvalho e Marcellus Machado. Este termo que pode ser entendido em pelo menos duas formas diferentes, em ambas ela pode se encaixar.

 

Uma primeira pode ser aquela que usamos para identificar uma sensação não confirmada nem perfeitamente identificada. Não havendo aqui um tema definido, uma causa defendida, ou mesmo uma constância nas imagens propostas, a iniciativa na totalidade permanece abstrata, às vezes

dirigida pelo próprio meio, que tem as suas exigências e limitações, sempre, porém, em consonância com aquela sensação que se quis exprimir.

 

Essa abstração temática se realiza materialmente muito mais de acordo com outro entendimento da palavra impressões. Aquele que usamos quando queremos acentuar o caráter duradouro ou mesmo permanente de um registo. E então recorre-se ao ácido para atacar o cobre, a deposição mineral, à ação da luz sobre o ferrocianeto de potássio em combinação com citrato ferro amoniacal.

 

E fica feita a redução dos múltiplos significados da palavra Impressões nos objetos exibidos.

 

Ao apresentar as obras sem distinção de uma sequência linear, procurou-se criar um intrigante jogo visual nesta exposição. Ao desafiar as convenções, convidamos o espetador a observar com maior cuidado e curiosidade.

 

Fotografia, gravura, cianotipia, escultura, instalação, ilustração e desenho a carvão se entrelaçam num mosaico de expressões artísticas, incentivando uma apreciação mais profunda das obras. Essa abordagem singular desperta uma conexão única entre o público e as criações, revelando detalhes sutis e provocando questionamentos sobre autoria e técnicas utilizadas.

 

Permita-se mergulhar nesse jogo estético, onde as fronteiras se dissipam, desafiando você a desvendar os segredos e a apreciar a complexidade das obras expostas.

                                                                                            Vivaldo Franco